O principal tapete vermelho do mundo da moda aconteceu ontem, 6 de maio, em Nova York, reunindo celebridades, artistas, diretores criativos e uma série de personalidades do universo fashion em uma verdadeira ode à moda vintage e atemporal.

O evento 

O Met Gala começou a ser realizado em 1945, tendo como objetivo arrecadar fundos para o MET’s Costume Institute através da venda de ingressos para as grandes grifes de moda.

Desde 1995, o evento é comandado por Anna Wintour, a Miranda Priesly da vida real, editora-chefe da Vogue EUA e uma das figuras mais importantes do mundo da moda. Responsável pela lista de convidados, Anna é peça chave para entender a importância do evento. 

Segundo a BBC, um ingresso individual para o evento pode custar cerca de US$ 75 mil (aproximadamente R$ 380 mil), e uma mesa com dez lugares custa a partir de US$ 350 mil (R$ 1,7 milhão), fazendo do Met Gala um evento ainda mais rentável que o Super Bowl.  

Em 2024, o Met Gala teve como tema “Belas Adormecidas: Despertando a Moda” e o dress code foi “O jardim do tempo”, inspirado no conto de J. G. Ballard, publicado em 1962.  

O tema tinha como objetivo celebrar a natureza e a poesia que envolve a moda, então era de se esperar muitas flores e metáforas para se referir ao tempo. Os looks que preencheram a escadaria até o MET não decepcionaram, é claro. 

O Red Carpet – que não é red – do Met Gala 2024 

É impossível começar a mencionar os looks do tapete sem começar pela única brasileira presente nesta edição. Bruna Marquezine que tem trabalhado sua imagem na alta costura já há algum tempo, apareceu no Met num vestido Tory Burch – estilista nova-iorquina – esbanjando simpatia, beleza e claro, brilhando com diamantes Tiffany. 

Embora essa tenha sido a primeira aparição da atriz no evento, ela não foi a primeira brasileira a participar. Entre Gisele Bündchen e Anitta, há uma lista que conta com nomes como Sônia Braga e Rodrigo Santoro.  

É tradicional que a lista de convidados seja aprovada por Anna Wintour e, mesmo que uma marca a convide, você deve passar pelo crivo da editora-chefe. Isso faz com que os presentes sejam realmente ligados à moda e elimina oportunistas – na visão de alguns. 

Por isso, era de se esperar que os anfitriões fossem ligados ao segmento de alguma forma – mesmo que através de looks de gosto duvidoso. Com exceção ao tradicionalíssimo e quase sem graça outfit do ator de Thor, eles não decepcionaram. 

Zendaya, uma das anfitriãs de 2024, desfilou não um, mas dois looks diferentes no red carpet. 

O primeiro, com um vestido de ombro só inspirado em um look desenhado por John Galliano para a Dior em 1999, enfeitado de flores, plantas e borboletas, relembrando as cores de um pavão.  

Enquanto o segundo chamou a atenção pelo adorno na cabeça: um buquê inteiro de flores. O item originalmente assinado por Alexander McQueen em 2007, foi reproduzido por Philip Treacy para a atriz. 

Os outros anfitriões da noite, Bad Bunny, J-Lo, embora mais bem-vestidos que Chris Hemsworth foram ofuscados não só pela atriz, mas por outros presentes como Lewis Hamilton. 

O sete vezes campeão mundial de fórmula 1 marcou presença no evento, mais uma vez, sem deixar o ativismo de lado.  

Neste ano, Hamilton optou por um look Burberry, personalizado para ser dedicado ao primeiro jardineiro negro da Grã-Bretanha e inspirado por um poema de Alex Wharton, escritor premiado e poeta negro ativista: “Espero que o sol derrame luz sobre nossa pele. E nós nos derretemos um no outro, em tudo. Talvez as árvores falem, como às vezes fazem. Sussurros da sombra. Corra, corra para longe.” 

Aproveitar o momento em que todos os flashes se voltam para o Met para levantar questões políticas e sociais fez parte também da construção do look de Gigi Hadid. 

Vestindo Thom Browne com rosas amarelas para abordar o conflito Israel x Palestina, sem fugir do dress code, a modelo conseguiu aprofundar e desenvolver o tema. 

Além da estreia de Bruna Marquezine, Tyla também fez sua primeira aparição no tapete vermelho do Met e – embora nos doa admitir – garantiu o primeiro lugar na lista de looks mais memoráveis da edição. 

Vestindo Balmain, a cantora sul-africana desfilou um outfit feito de areia, assim como o diretor criativo da marca Olivier Rousteing.  

É claro que a criatividade correu solta e esse não foi o único material inusitado usado para compor looks do red carpet.  

Demi Moore usou um papel de parede de um estoque morto para decorar o vestido, Camila Cabello subiu a escadaria segurando um bloco de gelo como clutch, Taylor Russell usou um Loewe esculpido de madeira e Charli XCX usou um Marni feito de camisetas das décadas de 50, 60 e 70.  

O upcycling e as inspirações vintage permearam os diferentes outfits da noite, mas não tanto quanto essa autora gostaria, afinal, estaríamos falando claramente sobre a passagem do tempo ao nos lembrarmos do dress code.  

Para suprir essa falta, vou aproveitar para garimpar no meu brechó online favorito. Aproveito para te convidar, afinal, quem repensa, Repassa!